Os presidentes apresentam-se - parte I

Os presidentes apresentam-se - parte II

Fazendo presidentes...

Baú da Memória



As histórias de príncipes e princesas nunca me cativaram.

Sempre sonhei com uma era em que as pessoas pudessem escolher através do voto os seus governantes e em que não existissem grupos privilegiados.
Sempre sonhei com a República!
As pessoas podem pensar que sou um louco com barba e bigodes retorcidos. Podem pensar que as minhas ideias sobre a República eram amalucadas e impossíveis de concretizar. Mas eu penso que há juízo bastante naquilo que desejei para o meu País!

Eu sou Afonso Augusto da Costa um grande homem… Esperem, mas eu também já fui pequeno, já andei na escola, fiz traquinices e brinquei como os miúdos do meu tempo.

Nasci em Seia, no dia 6 de Março de 1871. O meu pai chamava-se Sebastião Fernandes Costa e era bacharel em Direito e conservador do registo predial. A minha mãe era Ana Augusta Pereira da Costa.

Tal como o meu pai, fui para Coimbra tirar o curso de Direito na Universidade.
Na cidade dos estudantes, por altura da contestação estudantil contra o ultimato inglês, destaquei-me como redactor de um pequeno jornal que o Ministério Público quis encerrar por insultos ao rei e às instituições.

Foi na Universidade que foi crescendo o meu espírito revolucionário e republicano. Ainda estudante, meti-me na política.

Concluí o curso no ano de 1894, doutorei-me em 1895 e no ano seguinte, aos 25 anos de idade, já era Professor na Universidade. Também me tornei advogado, profissão que fui mantendo, mesmo quando me dediquei à política.

Dez anos depois de entrar no partido republicano já era o mais importante dirigente do partido!

Deixem-me contar como tudo aconteceu.

Em Fevereiro de 1900, fui eleito deputado pelo círculo do Porto. Imaginem, desde 1893 que nenhum republicano era eleito pelo Porto.
Jogou a meu favor o descontentamento dos portuenses com as medidas de saúde tomadas pelo governo de José Luciano de Castro para combater o grande surto de peste. Os Franquistas (apoiantes de João Franco) também foram importantes na minha eleição, pois ajudaram a lista republicana do Porto.

A partir daí comecei a tornar-me um grande Parlamentar. Sempre procurei destacar-me e soube usar a minha inteligência para chamar a atenção e fazer-me ouvir. E era um excelente orador! A minha fama atravessou a fronteira de Portugal quando em 1906, já eleito deputado por Lisboa, pedi a cabeça do rei, em sentido figurado, é claro. Fui expulso da sessão, mas consagrei-me como o mais corajoso e frontal dos republicanos.

Por motivos políticos cheguei a ser preso e várias vezes bati-me em duelo.

Acusam-me de ter sido um dos mandantes da morte de D. Carlos em 1908, mas não vou falar aqui sobre isso.
Só fui avisado do golpe que viria a implantar a República poucos dias antes, mas o dia 5 de Outubro de 1910 ficaria para sempre marcado na minha memória. Viva a República!

Fui chamado para integrar o Governo Provisório da República (1910-11) nas pastas da Justiça e fui Primeiro-ministro (na altura chamava-se presidente do Conselho de Ministros) ente 1913 e 1917.
Foram os governos sob a minha presidência que realizaram as mais importantes reformas do período republicano parlamentarista. Consegui equilibrar as contas públicas, criei o Ministério da Instrução, publiquei leis sociais como a dos “acidentes de trabalho”.

Nem tudo correu bem nos meus governos. A entrada de Portugal na Grande Guerra (a I Guerra Mundial) foi defendida por mim, mas não foi uma medida nada popular.

Também fui acusado de ser radical no que diz respeito à Igreja. Adivinhem a alcunha que me deram: “mata-frades”. Por eu ter expulsado os Jesuítas, mandado abolir o delito de opinião em matéria religiosa, mandado legalizar as comunidades religiosas não católicas, mandado privatizar os bens da igreja católica, proibido as procissões fora do perímetro das igrejas, proibido uso das vestes religiosos fora dos templos, entre outras medidas. Mas continuo a achar que a alcunha foi muito mal dada. Como pessoa, sempre fui um homem educado e com boas maneiras.

Em 1917, fui derrubado por uma revolução armada, comandada pelo major Sidónio Pais. Fui preso e fui obrigado a sair do meu País. Fui para o exílio em França em Abril de 1918, com 47 anos de idade.
Mais tarde, de regresso a Portugal, envolvi-me na oposição à Ditadura Militar.

Fui um homem de convicções fortes, profundamente anticlerical e socialista. Como disse em 1927 “a república deve encaminhar-se para a esquerda, apoiando-se nas classes operárias”.

Morri em Paris, França em 1937. Os meus restos mortais chegaram a descansar por lá, mas hoje já estão em Portugal. Viva a República!


Rogério Castelo Castanheira da Silva
6º D nº 23
Escola Professor Noronha Feio, Queijas
 

D. Carlos I

D. Carlos foi o penúltimo rei de Portugal e filho Luís I e de D. Maria Pia de Sabóia. D. Carlos nasceu no Palácio da Ajuda, a 28 de Setembro de 1863, recebendo assim um vasto nome. Morreu assassinado em Lisboa, a 1 de Fevereiro de 1908, sendo sepultado no Panteão Real de S. Vicente de Fora. Casou em Maio de 1886 com a princesa Maria Amélia Luísa Helena. O seu reinado começou em 1889 e nele decorreu uma série de acontecimentos dramáticos tais como:
· Revolução republicana de 31 de Janeiro
· Revoltas por todo o ultramar, desde a Guiné a Timor
· Lutas políticas entre republicanos aumentavam continuamente, e monárquicos, numa posição cada vez mais fraca;
· Nova tentativa revolucionária, em 21 de Janeiro de 1908
· Em Fevereiro desse mesmo ano, morte de D. Carlos e de seu filho D. Luís Filipe, no Terreiro do Paço, alvejados a tiro por revolucionários.
Do seu casamento nasceram 3 filhos:
- D. Luís Filipe que também fora assassinado no mesmo dia que o seu pai D. Carlos.
- D. Maria Ana que morreu com poucas horas de vida em 14 de Dezembro de 1887.
- D. Manuel II que sobreviveu no dia do assassinato conta a lenda debaixo das saias da mãe…
D. Manuel tornou-se o último rei de Portugal

Pedro Diogo, 6ºD, Nº18